Resenha Nostálgica - Por Johnny Queijinho

[ Master Kombat ]

Meu primeiro contato com MKII (Mortal Kombat II) foi através do Snes, meu vizinho tinha o cartucho original trazido diretamente da “Disneyland dos muambeiros”, o Paraguai.

E esse que vos escreve essa resenha, na época tinha um humilde Master System 3, quando o Mega Drive e o Super Nintendo reinavam, e o aclamado Playstation se aproximava de ver a luz do dia. Meu Master me fazia uma criança muito feliz… ao ir na minha locadora predileta, onde além de alugar filmes alugavam games, me deparei com um cartucho novinho em folha, tratava-se do MKII. Logo minha missão de locar novamente Battletoads e tentar novamente terminar o jogo (o qual tive que devolver no início da semana pra não pagar multa) e diferente do que muitos devem estar pensando, eu não empaquei na fase da moto…eu nem sequer cheguei lá! Meu algoz era o tabuleiro de xadrez gigante e pensando nisso me vi obrigado a alugar MK II para curtir um final de semana inteiro.

Minha alegria ao ligar o jogo foi inversamente proporcional à frustração da conversão do MKII para Master System ser extremamente capada…mas o fato de poder jogar em casa sem precisar ir encher o saco do vizinho compensaria a jogatina. E estar munido da edição especial da revista Ação Games sobre MKII também ajudaria, porém, mesmo com gráficos abaixo dos 16 bits, praticamente mudo, jogabilidade terrível, pois o Master tinha apenas 2 botões e com apenas oito personagens jogáveis (Rayden, Baraka, Kung Lao e principalmente Johnny Cage ficaram de fora…) e com os dois “chefões” finais, Kintaro e Shao Kahn, a tal da frustração começou a ganhar mais força… os “kombatentes” não executavam friendships, somente babalities e apenas UM fatality! E esses por motivos de limitação do cartucho eram totalmente diferentes do original… Liu Kang, ao se tornar um possante Dragão não devorava a cintura do rival, mas sim soltava uma bola de fogo que o incinerava (os mesmos sprites eram usados no TOASTY do Scorpion) do mesmo modo que as finalizações de Kitana, Jax, Mileena e Sub-Zero reaproveitavam os mesmos sprites e o resultado era a mesma chuva de ossos. O único que tinha um fatal realmente diferente era o Shang Tsung quando esse roubava a alma do inimigo…

Além de possuir apenas dois únicos cenários: Kombat Tomb, ao qual se podia realizar o Stage fatality, e o Pit II, que não possuía esse recurso, havia também o “Goro’s lair” que era o stage dos personagens secretos Jade e Smoke, uma gambiarra a la jeitinho brasileiro vide foto e tirem suas conclusões…

Do modo que expus essa resenha, parece que o jogo era horrível… e era! Porém, a possibilidade de um vídeo game praticamente fora de linha receber uma versão desse incrível jogo foi louvável.

Resolvi fazer a minha primeira resenha nostálgica com um jogo que eu admito que era ruim sim, mas que possui um espaço no meu coração e na memória, pois meu pai que veio a falecer de câncer poucos meses depois juntou moeda por moeda para fechar dois reais para eu poder alugar uma fitinha pra me divertir no final de semana… Hoje, com a facilidade da internet, podemos baixar ROMs em questão de segundos, mas pra nós, velhos gamers, tínhamos que guardar o troco do pão ou fazer por merecer a mesada para numa sexta-feira, irmos alugar com bastante sapiência o game que iria nos acompanhar até a segunda-feira seguinte e se virássemos ele, melhor, caso contrario, teríamos que alugar na semana seguinte caso quiséssemos esse triunfo…

Ps1: Nunca mais voltei a alugar o Battletoads… Ps2: Para os gamers mais novos, ports de games na nossa época era quase a mesma coisa que comprar GTA V para PC… quem tem pc da Nasa, desfruta de um jogo em 4k a 60fps esse seria o jogo de fliperama para nós… e para quem tem um PC com uma placa de vídeo boa, até aproveita o jogo, mas com limitações, esse seria algo como um 16bits para nós. Agora, um PC da Xuxa ou Show do Milhão, sem placa de vídeo rodando a 640X480 e 20fps chorados, seria nosso Master System ou “Nintendinho”, velhos de guerra, bons tempos…